Para a criação do objeto físico, usei como base as idéias da primeira parte do livro “Lições de Arquitetura”, na qual explora os conceitos de público e privado, arquitetonicamente.
Na parte inicial, percebe-se uma forte separação dos conceitos, pois são apresentados como extremos: a casa é um domínio privado e a rua é um domínio público. Portanto, criei um lado usando um tecido escuro para representar isto, uma separação forte entre os dois, um contraste. Mas na costura há pequenos furos escondidos representando um início de mistura entre ambos.
Nesse processo de abertura, criei o segundo lado, com um tecido colorido e com uma abertura maior, mostrando como o domínio privado e publico sofrem uma transição suave, ou seja, o “intervalo” (pg. 32). Nesta parte, o livro mostra conexões de um espaço para o outro, como o uso da soleira. No entanto, este lado do meu objeto foi criado na idéia das “meia-portas” (Lar para Idosos de Drie Hoven), em que as portas são divididas pela metade, verticalmente, permitindo que as pessoas, em sua casa, tenham acesso ao que esta fora, sem precisar sair e ao mesmo tempo sem permitir que outros invadam o seu espaço.
Finalmente, a partir da última parte “O acesso público ao espaço privado” (na qual cita galerias como exemplo), crio o terceiro lado, cujo pano foi moldado de forma que permita o acesso de um lado para o outro, ou seja, o público transpondo o privado. Outro exemplo interessante usado para mostrar esta invasão foi o Hotel Solvay em Bruxelas, onde há certas características arquitetônicas ta rua e do interior se iguala, resultando num espaço misto.Para unir tais lados, fiz uso de uma estrutura semelhante a de um abrigo, o que tornou o objeto mais interessante por se tratar de trabalho de um livro de arquitetura. Além disso, é possível interagir com o objeto.
Ps: na foto, a explicação ocorre da direita pra esquerda.
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